A primeira tela e a sua homóloga, na sequência, conservada também no Museu do Prado, apresentam duas cenas diferentes da mesma caçada ao veado, organizada em honra do imperador Carlos V pelo príncipe da Saxônia no parque do castelo de Hartenfels, perto de Torgau.
As inúmeras réplicas e variantes desta composição comemorativa foram provavelmente encomendadas por João Frederico, da Saxônia, e efetuadas no ateliê de Cranach com a colaboração do seu filho, Lucas, o Jovem.
O assunto da caça ao veado oferece ao artista detalhes anedóticos e vivos temas naturalistas, de acordo com a sua veia de narrador.
Protagonista, inicialmente, da “escola danubiana” pela sua vitalidade mágica, de natureza fantástica, Cranach, convertido em pintor de Corte, encaminhou-se progressivamente para o mundo fabuloso e sutil do período gótico tardio, pelos seus toques nervosos, acidentados, ondulantes.
Afastou-se tanto da cultura italiana como da flamenga, preferindo composições copiosas e detalhadas, nas quais narrou fábulas de um mundo cavalheiresco e cortês, com um gosto pelo espetacular, o extraordinário e o surpreendente, como sucede precisamente nesta cena.
A escolha do tema e a minuciosa representação de animais e cavaleiros evocam mais um tapete ou uma miniatura do que um quadro de meados do século 16.
Agora que você sabe mais detalhes sobre esse quadro de Lucas Cranach, o Velho, experimente fazer uma releitura dele ou criar uma cena de natureza fantástica, usando o material colorido que você mais gostar.
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