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A Condessa de Chinchón, Francisco de Goya

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Os retratos de Goya formam, no seu conjunto, um dos capítulos mais intensos deste gênero pictórico. Nos retratos em pé ou sentados, de corpo inteiro ou meio-corpo, sobre fundo neutro, sempre se refere à tradição dos mestres estudados, em particular a Ticiano e  a Velázquez, e acentua, progressivamente, a inquietação da personagem, que aparece deslocada e isolada.

Filha do infante D. Luis de Borbón, irmão de Carlos III, D. Maria Teresa de Borbón e Vallabriga permaneceu num convento até 1797, ano em que foi escolhida para desposar Manuel Godoy, um dos mais poderosos ministros de Carlos IV e protetor de Goya.

O artista retratou por várias vezes a condessa, que aparece como um risonha menina de dois anos no retrato conjunto da família de D. Luia de Borbón, que está na coleção Maniamo de Traversetolo, Fundação Magnani Rocca. Aqui, nessa obra dezessete anos depois, estava grávida de cinco meses de Carlota, a sua primeira filha.

O pintor transmite com sabedoria a compostura natural e aristocrática da loura condessa, cuja elegância inata emerge mesmo numa atitude relaxada, não em pose. O retrato sugere, no entanto, uma certa reticência: na realidade, a protagonista vira o olhar para o outro lugar, sem praticamente reparar na presença do observador.

A gama cromática, reduzida ao essencial, exalta os reflexos sedosos da luz, numa partitura de infinitos esfumados de cinzento.

A Condessa de Chinchón, 1800, óleo sobre tela, 216 x 144 cm, Francisco de Goya, Museu do Prado, Madri.

Agora que você sabe mais detalhes sobre esse quadro de Goya, experimente fazer uma releitura dele ou criar um retrato de alguém da sua família, utilizando o claro-escuro do Barroco e a elegância do Romantismo.

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