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Grupo Santa Helena

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Começou a se formar por volta de 1935, em torno do ateliê de Francisco Rebolo, na sala 231 do Palacete Santa Helena, na Praça da Sé, em São Paulo. Pouco a pouco outros artistas se juntaram a esse grupo (e dividindo as despesas de aluguel, de manutenção da sala e com modelo vivo) como Mário Zanini, Humberto Rosa, Fulvio Pennacchi, Aldo Bonadei, Clóvis Graciano, Manuel Martins, Volpi e Alfredo Rizzoti.

Imigrantes ou filhos de imigrantes, quase todos oriundos de uma classe média pobre, exercendo atividades humildes e artesanais, geralmente ligadas ao uso de tintas e de desenho. Seus integrantes se colocaram ao mesmo tempo contra o intelectualismo e a aristocracia de espírito dos modernistas e a pintura acadêmica tal como era ensinada nas escolas de belas-artes. No Palacete Santa Helena praticavam desenho com modelo vivo e nos fins de semana saiam em grupo pelos arredores da capital paulista, pintando a paisagem simples, com seu casario proletário, festas, etc.

A cor, o desenho, o realismo pós-impressionista ou à moda de Cézanne, os temas e o próprio despojamento de sua pintura, traíam esta origem operária do grupo, a economia expressiva como metáfora de uma situação de classe.

Francisco Rebolo (1902-1980) nasceu em São Paulo, começa sua formação como aprendiz de decorador na Igreja de Santa Ifigênia. Com suas paisagens, retratos dos subúrbios paulistanos, Rebolo expõe no Salão Paulista de Belas Artes, em 1936. No ano seguinte, os Santelenistas, marginalizados por praticar uma arte que foge aos padrões convencionais sem, no entanto, filiar-se ao cosmopolita núcleo do modernismo, criam o Salão da Família Artística Paulista. Nas décadas de 40 e 50, Rebolo permanece fiel ao figurativismo, ainda que incorporando elementos geométricos. Convidado, no início dos anos 50, para as duas primeiras edições da Bienal de São Paulo, recebe o Prêmio de Viagem ao Estrangeiro no Salão Nacional de Arte Moderna, em 1954. Em 1968, é destaque da mostra “A Família Artística Paulista – 30 Anos Depois”.

Mário Zanini (1907-1971) nasceu em São Paulo, começa a estudar pintura na Escola Profissional Masculina do Brás, em 1920. De 1924 a 1926, cursa desenho e artes no Ateliê de Artes e Ofícios. Em 1927, conhece Alfredo Volpi, uma de suas maiores influências, que, como ele, ganha a vida como pintor especializado em decoração de interiores. Seus primeiros trabalhos trazem a marca do movimento italiano chamado Macchiaiolli. Ao contrário dos impressionistas, nos Macchiaiolli o uso da mancha é posto a serviço de uma estética mais próxima do realismo. Durante sua carreira participou de diversas exposições, como Salão Paulista de Belas Artes, Salão de Maio, Salão Nacional de Belas Artes, no Rio e das Primeira e Segunda Bienais de São Paulo. A tendência à depuração acentua-se, aproximando sua obra do construtivismo. Desenvolve também trabalhos como ceramista, no ateliê de Bruno Giorgi. Nos anos 60, abandona pesquisas formais e retoma o figurativismo.

Alfredo Volpi (1896-1988) nascido em Lucca, Itália, chega com sua família no Brasil quando tinha 1 ano de idade. No cenário suburbano do Cambuci, trabalha como pintor de paredes, e, aos 19 anos, começa a trabalhar com decoração de interiores e a retratar paisagens dos arredores de São Paulo. Participa do Salão da Família Artística Paulista, que conta com a participação de convidados como Anita Malfatti. Em sua segunda edição, dois anos depois, o salão atrai nomes como Portinari e Ernesto de Fiori. Na década de 40, as paisagens começam a abrir espaço para  composições com temas como janelas, fachadas e bandeirolas. Em 1950, recebe o Prêmio de Viagem ao Estrangeiro no Salão Nacional de Belas Artes. Vai à Itália, onde recebe a influência dos mestres pré-renascentistas. Sua pintura torna-se mais despojada, num percurso, sem rumo à abstração geométrica pura. Em 1951, participa da 1ª. Bienal de São Paulo.

Aldo Bonadei (1906-1974) nasceu em São Paulo, mostra-se um talento precoce. Conclui seu primeiro trabalho a óleo com 9 anos de idade. Autodidata, inicia, em 1923, um período de cinco anos de estudos com o pintor Pedro Alexandrino. Outra influência marcante é a do professor de arte Amadeo Scavone, com quem trava contato em 1929. Viaja em 1928 para a Itália, onde frequenta a Academia de Belas Artes de Florença. Volta a São Paulo em 1931. Três anos depois, recebe o Prêmio Prefeitura de São Paulo, no Salão Paulista de Belas Artes. Em 1951, participa da 1ª. Bienal de São Paulo, à qual estará presente em cinco das seis primeiras edições. Em 1952, figura em diversos eventos no exterior: Bienais de Veneza e Cuba, Salão de Maio, em Paris, Mostra de Artistas Brasileiros no Chile, e uma exposição no Japão. Em 1962, vence o Prêmio de Viagem ao Exterior do 11º. Salão de Arte Moderna de São Paulo. Passa três meses em Portugal, retomando interesse pelas paisagens. A fase final de sua produção marca a volta do figurativo.

Bruno Giorgi (1905-1993) nasceu na cidade paulista de Mococa, foi um escultor e professor. Filho de imigrantes italianos, em 1911 vai à terra de seus pais e, em Roma, dedica-se à escultura. Na década de 1920, durante o fascismo italiano, ele torna-se membro da resistência e é preso em Nápoles. Participa na Guerra Civil Espanhola ao lado dos republicanos, em 1937, permanece em Paris e frequenta a Académie de la Grande Chaumière e a Ranson, tendo sido, nessa última, aluno de Aristide Maillol, que passa a orientá-lo. Em 1939, de volta a São Paulo, integra-se ao movimento modernista brasileiro ao lado de Victor Brecheret e Mário de Andrade. Na década de 1950, suas obras passaram a valorizar o ritmo, o movimento, os vazios e a harmonizar linhas curvas e formas angulares. Já no fim dessa década, Giorgi passou a usar o bronze, criando figuras delgadas, em que os vazios são parte integrante da escultura, predominando frequentemente sobre as massas.

Victor Brecheret (1894-1955) nasceu em Viterbo, na Itália, muda-se ainda criança para o Brasil. Começa a estudar arte em 1912, no Liceu de Artes e Ofícios. No ano seguinte, embarca para a Itália, onde se torna discípulo do escultor Dazzi. Realiza sua primeira exposição, no Salão dos Escultores Amadores, em 1918, ano no qual retorna ao Brasil. Em 1920, apresenta num concurso público a maquete do “Monumento às Bandeiras” e conhece Di Cavalcanti, Oswald e Menotti Del Picchia. Com uma bolsa do Estado, parte rumo a Paris, deixando com os amigos as obras que serão apresentadas no ano seguinte, na Semana de Arte Moderna. Participa, na França, do Salão de Outono. Em 1923, descobre a arte de Brancusi, uma de suas influências. Volta ao Brasil em 1925, mas continua expondo no exterior em mostras como o Salão dos Independentes, em Paris, em 1929. Em 1936, dá início ao “Monumento às Bandeiras”, maior escultura do mundo, que só seria inaugurado em janeiro de 1953, no Parque do Ibirapuera. O monumento, que inclui um autorretrato e figuras inspiradas em amigos de Brecheret, é considerado uma das obras-primas do século 20.

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