Jean-Baptiste Debret nasceu em Paris no dia 18 de abril de 1768, filho de um funcionário do parlamento francês e era primo de Jacques-Luis David, grande artista da França e líder da chamada escola neoclássica.
Gostava de pintar cenas históricas e seu talento era elogiado pelos críticos, foi selecionado pela Revolução Francesa para o curso de engenharia, frequentou o curso por cinco anos. Mas, o grande prazer de sua vida era a pintura.
Jean-Baptiste Debret aborrecido com os rumos da politica francesa e muito abalado após perder um filho com apenas 19 anos, resolveu sair da França. recebeu um convite do Imperador Alexandre I, da Russia, para trabalhar naquele país e convidado também, para uma missão artística, chefiada por Joachim Lebreton, que viria ao Brasil a pedido de Dom João VI.
Debret mesmo disse:” dava eu tamanha importância à vantagem de poder admirar a beleza do ambiente brasileiro, e principalmente à glória de propagar o conhecimento das belas artes entre um povo ainda na infância, que não hesitei e, associar-me a artistas distintos, meus compatriotas….”
Desafio aceito, chegou ao território brasileiro no dia 26 de março de 1816 com a missão de criar as bases de uma Academia de Belas Artes.
Além de Debret – pintor de cenas históricas, vieram Nicolas Antoine Taunay – pintor paisagista, Grandjean de Montigny – arquiteto, Auguste Taunay – escultor, entre outros em uma comitiva de cerca de 40 pessoas. No final daquele ano chegaram os irmãos Marc Ferrez – escultor e Zépherin Ferrez – gravador.
Enfrentaram muitas dificuldades para organizar uma escola de artes, que só começou a funcionar depois de aproximadamente 10 anos. Nesse meio tempo, alguns artistas voltaram para a França, mas não foi o caso de Debret.
Em 1829, montou e custeou a primeira exposição de arte no Brasil e foram exibidos 115 trabalhos: 33 de professores e 82 de alunos. No ano seguinte, Debret conseguiu montar mais uma exposição. Depois disso, só em 1840 foi montada outra exposição no Brasil, depois que Debret já havia voltado para a França.
Jean-Baptiste Debret viveu durante 15 anos no Brasil e desenvolveu uma intensa relação pessoal e emocional com o território brasileiro. Seu trabalho é considerado de grande importância para o Brasil na medida em que se dedicou a retratar o cotidiano e a sociedade do século XIX, especialmente no Rio de Janeiro.
Considerado um pintor neoclássico, está numa posição de transição entre o neoclassicismo e o romantismo.
No ano de 1831, Jean-Baptiste Debret retornou à França alegando problemas de saúde. Sua volta ao território francês foi seguida pela publicação do livro intitulado “Viagem Pitoresca ao Brasil”.
Em “Viagem Pitoresca ao Brasil” Debret tenta apresentar um panorama além do que era popularmente conhecido como exótico e interessante pela sua beleza natural. Ele procurou criar uma obra histórica contando a formação do povo e da nação brasileira. A obra completa foi publicada em Paris entre 1834 e 1839 e é composta de 153 pranchas dotadas de textos que elucidam cada retrato apresentado.
Sua vasta obra retratou tanto a realeza, como a “Coroação de Dom Pedro I, Imperador do Brasil” e “Aclamação de Dom Pedro I como Imperador do Brasil” como a vida da nobreza no Brasil, exemplos: “ Um Funcionário a passeio com a sua Família” e “Cenas do Cotidiano”.
Deixou também, um registro importantíssimo de como viviam as camadas mais pobres da sociedade brasileira e o trabalho dos escravos, exemplos: “Vendedores de Cestos”, “Negros serradores de Tábuas, “ Os Refrescos do Largo do Palácio”.
Porém, não se furtou de registrar na sua obra as festas populares que começavam a surgir e que permanecem até os dias de hoje, por exemplo: “O Judas do Sábado de Aleluia”, “Cena de Carnaval”, “Manifestação de Virtude Guerreira”.
Jean-Baptiste Debret cumpriu sua função no Brasil e deu origem a Academia Imperial de Belas Artes. Foi um importante mestre para a pintura brasileira, lecionou na instituição que ajudou a criar até sua volta para a França.
Seu trabalho influenciou também na Proclamação da República do Brasil, uma vez que a bandeira do Brasil teve como base para as cores e formas geométricas da obra de Debret.
Já em idade avançada, Jean-Baptiste Debret faleceu em Paris no dia 28 de junho de 1848.