O quadro situa-se entre os mais bem conservados da maturidade do artista francês, que se mudou para Roma em 1624. Aqui se encontram, em perfeito e calculado equilíbrio, elementos que rementem para a antiguidade clássica, enquanto outros denotam o profundo conhecimento das cores quentes da paleta de Ticiano.Ao mundo clássico fazem referência as colunas caneladas e sem erosão, de encontro às quais se perfila o jovem herói bíblico, derivado do estudo da estatuária romana.
A cena descreve o vencedor em melancólica contemplação da cabeça cortada de Golias e da armadura do gigante filisteu e enriquece-se com uma notação pagã: sobre a cabeça do herói, uma Vitória alada estende o braço com a coroa da glória.
Esta aura culta arcaizante é animada por uma roupagem cromática de clara inspiração veneziana e ticianesca: em Roma eram visíveis nesta época as obras-primas de Ticiano procedentes do espólio do pequeno estúdio de Alfonso d’Este no Castelo de Ferrara.
Para Ticiano remete ainda a paisagem que se abre à esquerda, com um céu coberto de nuvens e estriado pelos esplendores do ocaso.
Vemos à esquerda do quadro, dois meninos que parecem ter sido executados pelo pincel de Ticiano brincam com uma harpa eólica. O instrumento musical de cordas normalmente a lira ou o saltério, é um dos atributos de David, que era pastor e que, como Orfeu, se deleitava com o som do seu instrumento.
Agora que você sabe mais detalhes sobre esse quadro de Nicolas Poussin, experimente fazer uma releitura dele ou crie uma composição narrando história mitológica, utilizando alegorias, usando o material colorido que você mais gostar.
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