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Cubofuturismo

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O Cubofuturismo, que surgiu na Rússia alguns anos antes da Primeira Guerra Mundial como resultado do contato íntimo com os principais centros de arte europeus, adotou o estilo de Picasso e baseou suas teorias em manifestos futuristas. Os futuristas russos eram, acima de tudo, modernistas. Acolheram bem a indústria, que estava se espalhando rapidamente por toda a Rússia, como o fundamento de uma nova sociedade e o meio para dominar aquele velho inimigo russo, a natureza. No entanto, ao contrário dos futuristas italianos, os russos nunca glorificavam a máquina, menos ainda como instrumento de guerra. Um conceito fundamental para o pensamento cubofuturista era o zaum, um termo que não tem nenhum equivalente no Ocidente: inventado pelos poetas russos, zaum era uma linguagem do trans-sentido (em oposição ao não sentido dos dadaístas) baseada em novas formas de palavras e numa nova sintaxe. Em teoria zaum poderia ser entendido por todos, já que se pensava que o significado estivesse implícito nos sons e formas de linguagem básicas.

Quando aplicado à pintura, o zaum dava ao artista total liberdade para redefinir o estilo e o conteúdo da arte. A superfície do quadro era agora vista como o único transmissor de significado através de sua aparência; consequentemente, os elementos visuais e sua organização formal passaram a constituir o tema de uma obra de arte. Entretanto, devido ao seu interesse pelos meios, e não pelos fins, o Cubo-futurismo não comunica o conteúdo real que se encontra no Modernismo.

Embora os cubofuturistas sejam mais importantes como teóricos do que como artistas, eles serviram de trampolim para os movimentos russos posteriores. O novo mundo imaginado pelos modernistas russos conduzia a uma ampla redefinição dos papéis do homem e da mulher, e a melhor pintora do grupo foi Liubov Popova. Pela primeira vez na história, as mulheres como artistas estavam em situação na igualdade com os homens, num grau que só foi atingido na Europa ou na América bem mais tarde. Popova estudou em Paris em 1912 e visitou a Itália em 1914.

A combinação de Cubismo e Futurismo que ela absorveu é vista na obra O Viajante. O tratamento das formas permanece essencialmente cubista, mas a pintura compartilha a obsessão futurista pela representação do movimento dinâmico no tempo e no espaço. A confusão de fragmentos de imagem cria a impressão de objetos vistos em rápida sucessão; de um lado ao outro plano, a furiosa interação das formas do seu ambiente ameaça estender a pintura para o espaço circundante. Ao mesmo tempo o caráter acentuadamente escultural chama a atenção para a superfície e lhe confere o aspecto de um relevo que é intensificado pela textura rugosa.

A primeira arte puramente russa do século XX foi, no entanto, o Suprematismo.

Além de Liubov Popova, podemos citar os artistas:

Wladimir Baranof-Rossiné (1888-1944) pintor russo, estudou na Escola da Sociedade para o Avanço nas Artes em São Petersburgo. Em 1910, muda-se para Paris, onde nos próximos quatro anos viveria na colônia de artistas La Ruche juntamente com Alexander Archipenko, sonia Delaunay-Terk e Nathan Altman entre outros. Expôs regularmente na cidade a partir de 1911. Regressou à Rússia em 1914. Em 1922, torna-se professor de uma escola artística em Moscou. Em 1924 vê a apresentação pública do seu piano optofônico durante uma pela no Teatro Bolshoi em Moscou, um instrumento cenestésico capaz de criar sons, luzes coloridas, padrões e texturas simultaneamente. Durante a ocupação alemã, ele que era de origem judaica, foi deportado para um campo de concentração alemão, onde morreria em 1944.

Olga Rozanova (1886-1918) pintora russa, recebeu influências dos movimentos cubista e futurista. A sua pintura depressiva e agitada e ao mesmo tempo delicada, entrou numa fase de pura abstração, como ditavam as tendências. Nas suas obras a pintora explorava incansavelmente a cor, com a qual a própria dizia ter “uma relação amorosa”, e abandonava por completo o figurativismo, motivando um novo e interminável exercício de compreensão, da parte do espectador. Explorava igualmente a assimetria das formas, não tendo qualquer limitação geométrica. Faleceu jovem, aos 32 anos.


COMO CITAR:


IMBROISI, Margaret; MARTINS, Simone. Cubofuturismo. História das Artes, 2025. Disponível em: https://www.historiadasartes.com/nomundo/arte-seculo-20/cubofuturismo/. Acesso em 01/04/2025.

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