Pesquisar
Close this search box.

Cobra

Caneta Ponta Pincel, Faber-Castell, Supersoft Brush, 15.0710SOFT, 10 Cores

O manifesto de fundação foi redigido na mesa de um café de Paris, em 08/11/1948, ao final do Congresso do Centro de Documentação de Arte de Vanguarda de Paris, iniciado três dias antes.

Entre os fundadores do movimento se encontram entre outros, Asger Jorn, Karel Appel, Pierre Alechinsky, Corneille (1922-2010), Jean-Michel Atlan (1913-1960) e Constant (1920-2005) e o poeta crítico Christian Dotrement (1922-1979).

Foi este último que deu o nome ao grupo, um acronímico formado pelas iniciais de Copenhague, Bruxelas e Amsterdã, capitais de onde vieram os principais integrantes do CoBrA.

Dotremont é contra toda unidade teórica artificial, contra todos os ismos que implicam em sistematização. O crítico Jean Clarence Lambert, Historiador do movimento, lembra que cobra significa mobilidade, inteligência, instinto e agressividade, sendo também um signo polivalente. Vale dizer, é um trocadilho e um jogo, duas características da produção do grupo.

As exposições foram realizadas entre 1949 e 1951, em Bruxelas, Amsterdã e Liège, sempre acompanhadas de uma revista da qual se editaram 10 números. Em novembro de 1949, o grupo passou a se chamar IAE – Internacional e Artistas Experimentais Cobra.

Uma proposta que cabiam as influências das pinturas rupestres de Lascaux, descobertas em 1940 e abertas ao público depois da guerra ou as esquecidas formas arcaicas da arte escandinava.

A pintura do grupo CoBrA parte de uma espontaneidade baseada na desfiguração colorida das figuras, com frequência intencional e grotesca e carregada de ironia e provocação.

Seu interesse por um gabarito infantil o aproxima das propostas da Art Brüt que se desenvolvia na França, mas encontra sua raiz mais direta na pintura de Joan Miró, declarado como referência fundamental do grupo junto com Paul Klee.

Sua origem em diversas cidades setentrionais da Europa mostra o deslocamento da capital da arte de Paris para vários centros e, consequentemente, uma fragmentação da arte continental.

Eles concentraram sua pintura nos arquétipos visuais do inconsciente coletivo, em busca de um primitivismo multifacetado. Combinado ao automatismo surrealista com a materialidade da tomada de marca gestual.

A proposta do grupo CoBrA representou uma nova estética radical, mas também uma fuga da realidade social da guerra e de um envolvimento político mais direto.

O grupo se desfez em 1951 por acordo dos seus membros, mas seu compromisso com um ativismo cultural coletivo e internacionalista levaria alguns de seus membros para se juntar ao Movimento Internacional para uma Bauhaus Imaginist (1954), e depois em Internacional Situacionista.

Destacamos os artistas:

Asger Jorn (1914-1973), pintor, escultor, ceramista dinamarquês. Sua obra é caracterizada pelo uso de cores vivas e formas distorcidas. Sua carreira começou  em 1936, quando se aventurou de Copenhagem para Paris com objetivo sde ser aprendiz do pintor Vasily Kandinsky, no entanto, foi estudar na Academia Contemporânea de Fernand Léger e trabalhou com Le Corbusier na Exposição Mundial de 1937, experimentando em primeira mão a contenção formal e equilíbrio de Purism – um movimento de Le Corbusier dedicado às formas geométricas altamente racionalizadas. Muitas das suas primeiras pinturas estão na fronteira entre a figuração e abstração, alinhando a sua prática com a de contemporâneos americanos Willem de Kooning e Jackson Pollock. A maior coleção das suas obras pode ser vista no Museu Jorn, em Silkeborg, na Dinarmarca.

Karel Appel (1921-2006), pintor, designer, artista gráfico, escultor e escritor holandês. Criador de uma obra vigorosa e colorida, caracterizada pela figuração rude e simplificada, infantil e de animais amistosos. Realizou também esculturas em madeira e metal.

Pierre Alechinsky (1927), pintor e gravador belga. Um dos mais jovens integrantes do grupo CoBrA, marcou sua obra pelo tachismo. Sua obra é marcada pela espontaneidade e pelo estilo violento de criação, caminha pela abstração e pelas múltiplas formas de explorar a criatividade. Com a dissolução do grupo, em 1951, vai para Paris, onde explora o surrealismo de Max Ernst. Apesar de não se identificar como integrante deste movimento, sua obra passa por um processo criativo semelhante, o que faz com que participe da última exposição internacional surrealista, organizada por André Breton, em 1963. Viaja aos Estados Unidos e ao expressionismo abstrato realizado pelos artistas norte-americanos, adotando sempre o caráter da experimentação.


SaibaMaisEm Genebra, na Suiça, há uma fundação que se dedica às obras do grupo CoBrA chamada Fondation Gandur pour l’Art, inaugurada em 2010 por Jean Claude Gandur.

A Fundação Karel Appel, organização privada e sem fins lucrativos, fundada em Amsterdã, em 19 de maio de 1999. Além de pinturas e esculturas, podemos encontrar desenhos, trabalhos gráficos e fotos do artista.


COMO CITAR:


IMBROISI, Margaret; MARTINS, Simone. Cobra. História das Artes, 2025. Disponível em: https://www.historiadasartes.com/nomundo/arte-seculo-20/cobra/. Acesso em 01/04/2025.

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp

Assine nosso Feed

Digite seu endereço de e-mail para assinar este blog e receber notificações de novas publicações por e-mail.

plugins premium WordPress