Durante o século 17, o retrato oficial de soberanos e personagens de alto nível teve uma importância fundamental como instrumento de poder político.
Filipe IV, filho de Filipe III e de Margarida da Áustria, subiu ao trono em 1621 com apenas dezesseis anos. O pintor dedicou dezenas de retratos a Filipe IV, ao lado de quem se desenvolveu toda a carreira de Diego Velázquez, como aos membros da família real.
Assim, em 1623 deu início à longa série de retratos do velho monarca, que ficou de tal forma satisfeito com o resultado que pouco tempo depois o nomeou pintor del rey.
Entre o soberano e o artista estabeleceu-se uma estreita relação: durante mais de trinta anos, Velázquez descreveu a evolução física do rei, oferecendo-nos até a menor variação da sua fisionomia.
Considerado como um fragmento de um retrato de maiores dimensões, este quadro retrata Filipe IV anda muito jovem, na sua ruborizada fragilidade, numa beleza nobre e delicada, poco mais que um adolescente.
Firme, destacada, sintética e de extraordinária autenticidade é a longa pincelada de alvaiade, que define o ponto de máximo esplendor luminoso da polida armadura do jovem rei.
O alvaiade, um derivado do chumbo, foi usado largamente na pintura artística. Era usado, misturando-o a uma cola de gelatina, de cartilagem de peixe ou de pele de coelho para fazer a base para o início da pintura. Era usado também como pigmento para o fabrico da tinta branca, porém deveria ser usado apenas na pintura à óleo, não na aquarela, nem no afresco, pois tais técnicas não davam a devida proteção para estas cores, o que fazia com que este branco enegrecesse ao entrar em contato com a atmosfera. Hoje, tal substância é substituída na pintura pelas tintas acrílicas cujo pigmento geralmente é o dióxido de titânio (não tóxico como o alvaiade).
Este quadro pertence ao período barroco e está em exposição no Museu do Prado em Madri.
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