O quadro ocupa um lugar especial no catálogo o artista. Tem, com efeito, o aspecto de um pequeno retábulo de altar: a composição dispõe-se na vertical e não na horizontal, como Bruegel preferia, e, sobretudo, é privada de qualquer indício de paisagem.
É evidente a intenção de construir uma composição estudada, complexa e de caráter quase monumental. De fato, quis ver-se nesta obra alguma referência ao estilo monumental italiano e especialmente às obras de Dürer.
Como se sabe, Bruegel conhecia bem a pintura italiana do Renascimento, tendo visitado a península e residido em Roma, como provam alguns dos seus desenhos.
A complexa composição de diagonais entrecruzadas e disposta em profundidade deve alguma coisa à arte italiana, mas a atitude irreverente de Bruegel quanto ao classicismo, à beleza física e à graça é totalmente nórdica e flamenga.
A sua verdadeira raiz é aquela que o liga ao mundo bizarro e fantástico de Hieronymus Bosch e à narrativa popular e campesina flamenga.
Todas as figuras deste quadro, incluindo a própria Virgem, que segura, desajeitada, o Menino sobre os joelhos, têm um aspecto grotesco e caricatural, como personagens de uma cena de hospedaria.
A figura de Baltasar, drapeada numa bela veste branca, à direita do quadro, oferece ao Menino um incensário, obra rara da joalheria nórdica contemporânea: uma nave de ouro ornamentada com uma rara concha de náutilo proveniente dos mares orientais e um globo de cristal.
Agora que você sabe mais detalhes sobre essa obra de Pieter Bruegel, o Velho, experimente fazer uma releitura dele ou criar uma cena de nascimento em que as pessoas ao redor da criança demonstrem seu afeto por ela, usando o material colorido que mais gostar.
Fotografe seu trabalho e compartilhe sua experiência conosco, nas redes sociais, usando a #historiadasartestalento