O primeiro encontro entre o jovem príncipe Filipe, filho de Carlos V, e Ticiano deu-se e em Milão em 1548-1549 e marca o início de uma grande série de encomendas. Da escassa correspondência conclui-se que Ticiano pintou mais de um retrato do príncipe: esta versão foi provavelmente executada entre 1550-1551, durante a segunda estada do pintor em Augsburg.
A tela constitui um momento fundamental na evolução do retrato oficial.
O gracioso e pálido príncipe está representado de corpo inteiro, de acordo com um modelo destinado a converter-se em estereótipo de retratística comemorativa, e aparece envergando sua brilhante armadura de parada que se conserva na Aramaria Real de Madri.
Filipe pousa a não direita sobre o suntuoso elmo de plumas, colocado sobre a mesa, coberta por um veludo vermelho-escuro.
A luz, que vem da esquerda, ilumina as plumas brancas em desalinho, as aplicações douradas e manopla da armadura.
A tela é uma obra-prima de introspecção psicológica e revela o virtuosismo técnico de Ticiano, patente nos reflexos de luz sobre os adornos dourados.
Talvez tenha sido esta pincelada, tão rica em matéria, ampla e sintética, que não agradou muito a Filipe, como escreveu numa carta a sua tia, Maria da Hungria, que se convenceu de que os retratos de Ticiano não deveriam ser contemplados de perto.
Agora que você sabe mais detalhes sobre esse quadro de Ticiano Vecellio, experimente fazer uma releitura dele ou criar um retrato formal de alguém da sua família, usando o material colorido que você mais gostar.
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