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Arte Acadêmica

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Em meados do século XIX, o Império Brasileiro conheceu certa prosperidade econômica, proporcionada pelo café, e certa estabilidade política, depois que Dom Pedro II assumiu o governo e dominou as muitas rebeliões que agitaram o Brasil até 1848. Além disso, o próprio imperador procurou dar ao país um desenvolvimento cultural mais sólido, incentivando as letras, as ciências e as artes. Estas ganharam um impulso de tendência nitidamente conservadora, que refletia modelos clássicos europeus.

O Academicismo teve início com a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios fundada por Dom João VI em 1816 por incentivo da Missão Artística Francesa, floresceu com a Academia Imperial de Belas Artes e o mecenato de Dom Pedro II e encerrou-se com a incorporação de sua sucessora republicana, a Escola Nacional de Belas Artes, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 1931.

Uma das características gerais da pintura acadêmica é seguir os padrões de beleza da Academia de Belas Artes, ou seja, o artista não deve imitar a realidade, mas tentar recriar a beleza ideal em suas obras, por meio da imitação dos clássicos, principalmente os gregos, na arquitetura e dos renascentistas, na pintura.

Antes que um estilo específico, o Academismo é um método de ensino artístico profissionalizante de nível superior, equivalente ao ensino universitário moderno. No Brasil tal sistema foi introduzido no período de vigência do Neoclassicismo, estilo do qual foi um dos principais motores de difusão, e depois absorveu estéticas românticas, realistas, simbolistas e outras que deram o tom à virada do século XIX para o XX, expurgando delas o que não se enquadrasse na formalidade da Academia.

Apesar de o termo Academismo se aplicar mais comumente na História da Arte brasileira ao período acima delimitado, o sistema acadêmico de ensino sobreviveu aos atropelos do Modernismo e das correntes vanguardistas do século XX, embora se tenha modificado, inserindo-se no ambiente das escolas de arte das modernas universidades, que hoje produzem e teorizam a arte em alto nível e são filhas diretas da Escola fundada por Dom João e os franceses.

Os principais artistas acadêmicos são:

Pedro Américo de Figueiredo e Melo nasceu no dia 29 de abril de 1843 na cidade de Areia, estado da Paraíba. Proveniente de uma família de poucos recursos, juntamente com seu irmão Francisco Aurélio de Figueiredo e Melo seguiu pelo caminho da arte desde cedo. A família, como um todo, tinha vínculos com a arte, e o talento de Pedro Américo logo se destacou, repercutiu pela cidade sua capacidade em desenhar. O jovem Pedro Américo impressionou o viajante francês Louis Jacques Brunet, que decidiu levar o talentoso menino em uma expedição. Foram vinte meses viajando pelo Nordeste do Brasil. Em 1854, Pedro Américo foi para o Rio de Janeiro estudar no Colégio Dom Pedro II, onde mais uma vez se destacou. Não tardou para que entrasse na Academia Imperial de Belas Artes e conquistasse sucesso. O próprio imperador o concedeu uma pensão para que estudasse na Europa.

Pedro Américo de Figueiredo e Melo – Sua pintura abrangeu temas bíblicos e históricos, mas também realizou imponentes retratos, como o De Dom Pedro II na Abertura da Assembléia Geral, que é parte do acervo do Museu Imperial de Petrópolis – RJ. A sua obra mais divulgada é O Grito do Ipiranga, que atualmente no Museu Paulista.

Victor Meirelles de Lima nasceu em 1832 em Florianópolis (Santa Catariana). Seu primeiro mestre de desenho foi o engenheiro argentino Marciano Moreno. Aos 15 anos, foi para o Rio de Janeiro e se matriculou na Academia Imperial de Belas Artes onde cursou de pintura histórica.

Como ainda não havia ensino superior no país, a saída era fazer faculdade na Europa, para quem podia pagar ou conseguia uma bolsa. Foi o caso de Victor , que conquistou uma bolsa e foi estudar pintura na Itália e na França, em 1853. Em Roma, assistiu às aulas dos pintores Tommaso Minardi  e Nicola Consoni .Quatro anos mais tarde, ganhou uma extensão da bolsa e matriculou-se na Escola Superior de Belas Artes, em Paris. Nas aulas com o mestre Leon Cogniet e com Andrea Gastaldi , entrou em contato com a pintura purista, de desenho e cores mais suaves que na escola neoclássica, então em voga.

Consagrado como pintor histórico, seu quadro mais reproduzido nos livros escolares é “A Primeira Missa no Brasil”, feito durante sua estadia na França e exposto no Salão de Paris de 1861. Retrata a primeira missa da maneira como foi descrita na carta de Pero Vaz de Caminha, e muitos intelectuais do século 19 o consideraram como a primeira grande obra de arte brasileira.Nesse mesmo ano retornou ao Brasil e foi nomeado professor de pintura histórica da Academia Imperial de Belas Artes, no Rio. Exerceu o cargo até 1890 e formou uma geração de pintores importantes.

José Ferraz de Almeida Júnior nasceu em Itu – São Paulo em 1850. Provavelmente, foi o primeiro artista plástico brasileiro a retratar nas telas o homem do povo em seu cotidiano, em contraste com a monumentalidade que até então predominava nas artes plásticas do Brasil. A forma inovadora como tratava a luz é ainda hoje comentada e apreciada. Em sua honra, o dia do Artista Plástico Brasileiro é comemorado a 8 de Maio, dia do nascimento do pintor.

Desde menino Almeida Júnior demonstrou inclinações artísticas e teve no padre Miguel Correa Pacheco seu primeiro incentivador, em sua cidade natal. Foi o padre quem obteve recursos para que o futuro artista, já então com cerca de 19 anos de idade, pudesse ir estudar no Rio de Janeiro.

Em 1869 Almeida Júnior entrou na Academia Imperial de Belas Artes, no Rio de Janeiro, onde foi aluno de Jules Le Chevrel, Victor Meirelles e possivelmente de Pedro Américo. Em 1876, o Imperador D. Pedro 2o concedeu-lhe uma bolsa de estudo que lhe permitiu matricular-se na Ècole de Beaux Arts de Paris, onde foi aluno de Alexandre Cabanel. Participou do Salão dos Artistas franceses nos anos de 1880, 1881 e 1882.

Em 1882 o pintor voltou ao Brasil e fez sua primeira mostra individual, na Academia Imperial de Belas artes do Rio de Janeiro. Depois abriu seu ateliê em São Paulo.


COMO CITAR:


IMBROISI, Margaret; MARTINS, Simone. Arte Acadêmica. História das Artes, 2025. Disponível em: https://www.historiadasartes.com/nobrasil/arte-no-seculo-19/arte-academica/. Acesso em 29/03/2025.

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