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Suprematismo

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É uma pintura com base nas formas geométricas planas, sem qualquer preocupação de representação. Os elementos principais são: retângulo, círculo, triângulo e cruz. É considerado a primeira escola sistemática de pintura abstrata do movimento moderno.

Seu desenvolvimento foi iniciado por volta de 1915 pelo pintor Kazimir Malevich. Em 1918, na mostra O Alvo, em Moscou, Malevitch expôs o Quadrado Preto sobre um Fundo Branco.

O manifesto do movimento, Do Cubismo ao Suprematismo, assinado em 1915 por Malevitch e pelo poeta russo Mayakovski, defendia a supremacia da sensibilidade sobre o próprio objeto. O essencial era a sensibilidade em si mesma, independentemente do meio de origem.

Quando da publicação do manifesto, Malevich já era um artista importante, tendo participado, com trabalhos cubofuturistas, das mostras coletivas do grupo Der Blaue Reiter (O Cavaleiro Azul), em Munique, e do Rabo do Burro, em Moscou, ambas em 1912, sendo esta última concebida como a primeira ruptura consciente dos artistas russos com a Europa e a afirmação de uma escola russa, independente.

As pesquisas formais levaram ao aparecimento dos movimentos artísticos de vanguardas russas do começo do século XX, o raionismo (ou raísmo) de Mikhail Larionov (1881-1964) e Natalia Goncharova (1881-1962) e o construtivismo de Vladimir Tatlin (1885-1953), a proliferação de novas formas artísticas em pintura, poesia e teatro, bem como um renovado interesse pela tradição da arte folclórica russa, constituíam o ambiente de grande efervescência ideológica e artística pré-revolucionária em que Malevich vai defender uma arte livre de finalidades práticas e comprometida com a pura visualidade plástica.

De acordo com Malevich, o Suprematismo era um sistema filosófico de cores construídas no tempo e no espaço. Seu espaço era intuitivo, no qual se insinuam tanto tons científicos quanto místicos.

A descrição de Malevich sobre seu quadro “Quadrilátero Preto” representa muito sobre a teoria do Suprematismo: a superfície lisa representa volume, profundidade e perspectiva como um meio de definir o espaço; cada lado ou ponto representa uma das três dimensões, e o quarto lado representa a quarta dimensão, o tempo. Como o próprio universo, a superfície preta seria infinita se não fosse delimitada por uma fronteira exterior que é a borda branca e o formato dela.

O Quadrilátero Preto constitui, dessa forma, a primeira definição satisfatória, visual e conceitualmente, do tempo e do espaço na arte moderna. Como a fórmula de Einstein, E = mc2, para a teoria da relatividade, que Malevich certamente conhecia.

O auge do suprematismo chegou ao fim nos últimos anos da década de 1910. Refletindo a crescente diversidade e fragmentação da arte russa, seus seguidores voltaram-se para outros movimentos, principalmente para o Construtivismo, liderado por Vladimir Tatlin.

A estética do Suprematismo apresenta:

  • as aparências do mundo exterior não despertam o menor interesse, o essencial é a sensibilidade em si, pois o valor eterno e autêntico da obra de arte, reside somente na expressão da sensibilidade pura; o objeto em si nada vale;
  • mínimo de plasticidade, forma e cores para atingir o máximo de projeções, transfigurações simbólicas ou iluminações;
  • fluidificação das cores para atingir a imaterialidade, tornar o desenho sutil e delicado;
  • necessidade de dar ao sentimento uma supremacia pura, sem representação do mundo exterior, o que é conseguido através das figuras da geometria plasma: retângulo, círculo, triângulo e cruz.

Os principais expoentes desse movimento foram os artistas:

Kazimir Malevich (1878-1935) pintor russo, fundador da corrente suprematista, suas ideias sobre as formas e significados da arte acabaria por constituir as bases teóricas de não-objetiva da arte abstrata. Trabalhou em uma variedade de estilos, mas suas obras mais famosas se concentram na exploração de formas puras geométricas (quadrados, triângulos, círculos e cruzes) e suas relações entre si e dentro do espaço pictórico. Por causa de seus contatos no Ocidente, Malevich foi capaz de transmitir suas ideias sobre a pintura de seus colegas artistas na Europa e nos Estados Unidos, influenciando profundamente a evolução da arte moderna.

Malevich procurou sempre elaborar composições puras e cerebrais, destituídas de toda sensualidade. O “Quadro negro sobre fundo branco” constituiu uma ruptura radical com a arte da época. Pintado entre 1913 e 1915, compõe-se apenas de dois quadrados, um dentro do outro, com os lados paralelos aos da tela. A problemática dessa composição seria novamente abordada no “Quadro branco sobre fundo branco” (1918), hoje no MoMA, em Nova York. Dizia que as aparências exteriores da natureza não tinham para ele nenhum interesse, o essencial era a sensibilidade, livre das impurezas que envolviam a representação do objeto, mais do que isso, que envolviam a própria percepção do objeto.

Vladimir Vladimirovich Maiakovski (1893-1930) poeta e dramaturgo russo, ele participou do grupo cubo-futurista, que editou o almanaque Armadilha para juízes (1910) e lançou “Bofetada no gosto público” (1912), uma espécie de manifesto destinado a combater o chamado ego-futurismo, criado por Ígor Sievieriánin e considerado um futurismo de salão. Nesse espaço efervescente, ele pregou a destruição da palavra e da forma convencionais, da sociedade e da cultura. Apoiou sua vida no tripé Poesia, Amor e Revolução – a revolução se fez poesia e o amor se converteu em revolução. Além de poeta e dramaturgo, também foi artista gráfico e publicitário. Produzindo inúmeros cartazes de propaganda e exaltação da classe operária e da Revolução de 1917.

El Lissitzky (1890-1941) pseudónimo de Lazar Markovich Lissitzky, foi artista, designer, fotógrafo, tipógrafo e arquiteto russo. Figura relevante durante a Vanguarda russa, contribuindo para a formação do suprematismo em conjunto com o seu mentor, Kazimir Malevich. Autor de inúmeras mostras de arte e trabalhos de propaganda para a então União Soviética. A sua obra exerceu grande influência na Bauhaus e nos movimentos construtivistas, foi pioneiro em técnicas de produção e esquemas estilísticos que dominariam o design gráfico durante o século XX. Todo o percurso de El Lissitzky está intimamente ligado à crença que o artista podia ser um agente para a mudança. Durante a sua vida, trouxe importantes inovações e mudanças à tipografia, fotomontagem, design de exposições, e à ilustração literária, sendo autor de obras consagradas internacionalmente e veneradas pela crítica especializada.

Lyubov Popova (1889-1924) foi uma artista da vanguarda russa, cuja estética é transversal aos movimentos cubista, suprematista e construtivista, com trabalhos nos campos da pintura e do design. Foi também uma raridade no mundo essencialmente masculino da arte soviética. Popova viajou frequentemente de modo a descobrir e aprender através de diversos estilos de pintura, mas interessar-se-ia sobretudo pelos ícones antigos Russos, pelas pinturas de Giotto, e pelas obras dos pintores Italianos dos séculos XV e XVI.

Jean Pougny (Ivan Puni) (1892-1956) pintor russo, artista suprematista e cubo-futurista. Estudou em Paris entre 1910-11, onde se dedicou ao fovismo. Quando regressou à Rússia, ele conheceu e fez exposições com artistas da Vanguarda russa, como Kazimir Malevich e Vladimir Tatlin. Em 1915, ele compôs o grupo de artistas Suprematistas, divulgando o movimento. Em 1919, ele lecionou na escola de artes Vitebsk junto com Marc Chagall. Em 1946, ele se tornou cidadão francês.

Aleksandr Ródtchenko (1891-1956) foi um artista plástico, escultor, fotógrafo e designer gráfico russo, um dos fundadores do construtivismo russo e design moderno russo. Ródtchenko era casado com a artista Varvara Stepanova. Ele foi um dos artistas mais versáteis do Construtivismo a emergir após a Revolução Bolchevique. Trabalhou como artista plástico e designer gráfico antes de girar para a fotografia e a montagem fotográfica.

Ródtchenko tinha como slogan a frase “nosso dever é experimentar”. Foi com esse espírito que começou a praticar a fotografia, produzindo “matéria-prima” para suas montagens e também para seu trabalho como artista gráfico.

Sua fotografia era socialmente engajada, inovadora, e oposta ao retrato estético da época. Ciente da necessidade de uma série documental de fotografia analítica, fotografou frequentemente seus assuntos em ângulos ímpares – geralmente muito de acima de ou abaixo – para chocar o espectador. Sua visão de vanguarda revolucionou os campos das artes e da fotografia, criando peças de teor analítico social, diagonalmente angulosas, cheias de perspectiva e profundidade, fugindo dos padrões utilizados em sua época.

Suas imagens eliminaram o detalhe desnecessário, enfatizaram a composição diagonal dinâmica, e foram concebidas com o posicionamento e o movimento dos objetos no espaço. Sua primeira publicação em fotomontagem, em 1923, ilustrava o poema de Vladimir Mayakovsky.


SaibaMaisKazimir Malevich criou o termo Suprematismo, porque ele acreditava que a arte deve transcender o tema – a verdade da forma e da cor devem reinar ‘supremas’ sobre a imagem ou narrativa.

A inspiração de Kazimir Malevich para o quadro Quadrilátero Preto surgiu em 1913 enquanto ele estava trabalhando nos cenários da ópera “Vitória sobre o Sol”, produção que foi uma das mais importantes contribuições da era moderna. No contexto da ópera, o quadrilátero preto representa o eclipse do sol da pintura ocidental e de tudo que nela se baseia. Além disso, a obra pode ser vista como o triunfo da nova sobre a antiga ordem do Oriente sobre o Ocidente, do homem sobre a natureza, da ideia sobre a matéria. O quadrilátero tinha como objetivo representar um ícone moderno, superando a trindade cristã tradicional e simbolizando uma realidade “suprema”, pois a geometria é ua abstração independente por si só; daí o nome do movimento ser Suprematismo.

Muitos trabalhos realizados por Ródtchenko no início do século XX influenciaram a área do Design Gráfico atual. Como exemplo, o retrato de Lilya Brik, de 1924, inspirou um número de trabalhos subsequentes, incluindo a arte da capa de álbuns da música. Entre eles, a mais recente, capa do álbum de Franz Ferdinand, “You Could Have It So Much Better”, de 2005. E antes, o poster o filme de Dziga Vertov “A sexta parte do mundo” foi a base para a capa do single “Take Me Out”, também do Franz Ferdinand, de 2004. O vídeo desta música traz consigo ícones famosos do movimento Construtivista, como El Lissitzky, Vladimir Tatlin, bem como do próprio Rodchenko.


COMO CITAR:


IMBROISI, Margaret; MARTINS, Simone. Suprematismo. História das Artes, 2025. Disponível em: https://www.historiadasartes.com/nomundo/arte-seculo-20/abstracionismo-geometrico/suprematismo/. Acesso em 29/03/2025.

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