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Instalação

ZDSSY HY320 Mini, Projetor Portátil 5G Wifi 6, Bluetooth 5.0 e Android 11, Suporte 4K e 720P Nativo, 12,000 Lumens, Projetor Led com 4D/4P e Auto de Correção, 180° Giratório, Zoom Eletrônico

O termo instalação foi incorporado ao vocabulário das artes visuais na década de 1960, designado assemblage ou ambiente construído em espaços de galerias e museus.

Inicia-se com as primeiras experimentações modernistas estabelecidas por Kurt Schwitters (Merzbau, 1923) e Marcel Duchamp (16 milhas de fio, 1942). No mundo contemporâneo, sua força expressiva toma forma com as linguagens da Land Art, Minimal Art, Work in Progress e Intervenções Urbanas.

A Instalação é uma forma de arte que utiliza a ampliação de ambientes que são transformados em cenários do tamanho de uma sala. Pintura, escultura e outros materiais são usados conjuntamente para ativar o espaço arquitetônico. O espectador participa ativamente da obra e, portanto, não se comporta somente como apreciador.

Ela pode ter um caráter efêmero (só existir na hora da exposição) ou pode ser desmontada e recriada em outro local. Diferentemente do que ocorre tradicionalmente com as esculturas ou pinturas, a mão do artista não está presente na obra como um item notável.

Uma instalação pode ser multimídia e provocar sensações: táteis, térmicas, odoríficas, auditivas, visuais entre outras.

O conceito, a intenção do artista ao formular seu trabalho é em grande parte a essência da própria obra, na medida em que a instalação emerge no contexto da Arte Conceitual.

A Instalação, enquanto poética artística, permite uma grande possibilidade de suportes, a gama variada de possibilidades, em sua realização pode integrar recursos de multimeios, por exemplo, videoarte, caracterizando-se em uma videoinstalação.

A obra contemporânea é volátil, efêmera, absorve e constrói o espaço a sua volta, ao mesmo tempo, que o desconstrói. A desconstrução de espaços, de conceitos e ideias está dentro das práxis artísticas da qual a Instalação se apropria para se afirmar enquanto obra.

Essencialmente, é a construção de uma verdade espacial em lugar e tempo determinado. É passageira, possui presença efêmera que se materializa de forma definitiva apenas na memória. O sentido de tempo, no caso da fruição estética da Instalação é o não-tempo, onde essa fruição se dá de forma imediata ao apreciar a obra in loco, mas permanece em sua fruição plena como recordação.

Essa questão do tempo é crucial na Instalação, fazendo com que a mesma seja um espelho de seu próprio tempo, questionando assim o homem desse tempo e sua interação com a própria obra.

As combinações com várias linguagens como vídeos, filmes, esculturas, performances, computação gráfica e o universo virtual, fazem com que o público se surpreenda e participe da obra de forma mais ativa, pois ele é o objeto último da própria obra, sem a presença do qual a mesma não existiria em sua plenitude.

Esta participação ativa em relação à obra faz com que a fruição da mesma se dê de forma plena e arrebatadora, o que em muitos casos pode até mesmo tornar esta experiência incômoda e perturbadora.

A necessidade de mexer com os sentidos do público, de instigá-lo, quase obrigá-lo, a experimentar sensações, sejam agradáveis ou incômodas, faz da Instalação um espelho de nosso tempo. Pode-se dizer de fato que a Instalação é uma obra época, a qual só faz sentido se vista e analisada em seu tempo-espaço.

Destacamos os artistas:

Christo (1935-2020) e Jeanne-Claude (1935-2009), ele artista búlgaro, nascido como Christo Vladimirov Javacheff e ela, filósofa marroquina, nascida como Jeanne-Claude Denat de Guillebon, foram um casal de artistas conhecidos mundialmente por suas instalações, viveram juntos por 51 anos.

Christo começou sua formação profissional como assistente de voo, antes de encontrar seu caminho na arte. Jeanne-Claude conheceu Christo em 1958 em Paris, depois de encomendar ao artista um quadro da mãe dela. Em maio de 1960, nasceu o filho do casal, Cyril, e dois anos mais tarde Christo e Jeannne-Claude se casaram. Em 1964, a família se mudou para os Estados Unidos. Desde 1994, o casal usava oficialmente os dois nomes juntos, com direitos iguais para as suas obras.

Uma das características mais notáveis da obra do casal é chamar a atenção para algo que está no ambiente, por exemplo, nas obras de embrulho eles conseguem revelar pelo ocultamento, ou seja, justamente quando determinado elemento da paisagem é escondido de nossos olhos é que damos conta da sua presença.

Aos críticos da grande escala que as suas obras ganharam ao longo dos anos, gerando controvérsia sobre um sinal de megalomania dos artistas, Christo responde “Você sabia que não tenho qualquer obra de arte existente? Elas todas somem quando acabam. Fico apenas com os desenhos preparatórios, as colagens, e isso dá às minhas obras um caráter quase lendário. Acho que é necessária mais coragem para criar coisas que vão desaparecer do que criar coisas que permanecem.”

Anish Kapoor (1954) é um artista plástico indiano-britânico. Suas obras procuram a simplicidade das formas curvas, normalmente de só uma cor e brilhantemente colorida. Em sua maioria, a intenção é prender a atenção do público, invocando um mistério através das cavidades escuras de seu trabalho. Inspirado pelos brilhantes e coloridos pigmentos dos mercados e templos indianos, ele usa pigmento em seus trabalhos. Alguns de seus trabalhos se apresentam sólidos e muitos deles possuem cavidades, mexendo com opostos (masculino-feminino, corpo-mente, terra-céu, material-espiritual). Seus trabalhos mais recentes são baseados em espelhos, refletindo ou distorcendo o público. Normalmente suas obras têm grandes dimensões.

Frans Krajcberg (1921) é um pintor, escultor, gravador e fotógrafo, artista plástico nascido na Polônia e naturalizado brasileiro, em 1957. Em 1964, executou as suas primeiras esculturas com madeiras de cedros mortas. Realizou diversas viagens à Amazônia e ao Pantanal Mato-grossense, fotografando e documentando os desmatamentos, além de recolher materiais para as suas obras, como raízes e troncos calcinados. Na década de 1970, ganhou projeção internacional com as suas esculturas de madeira calcinada. A sua obra reflete a paisagem brasileira, em particular a floresta amazônica, e a sua constante preocupação com a preservação do meio-ambiente. Atualmente, o artista tem se dedicado à fotografia.

Rachel Whiteread (1963) é uma escultora do Reino Unido que utiliza nas suas obras o processo de moldagem. Foi a primeira mulher a receber o Prémio Turner, em 1993. Inspira-se na forma das edificações e nos objetos da vida quotidiana. Uma das suas inovações é a utilização dos espaços inabitados (negativos), inspirando-se assim nos ideais do Iluminismo e no revelado negativo das fotografias.

Entre as suas obras mais reconhecidas encontram-se Ghost (1990) e House (1993).


SaibaMais

Abaixo uma declaração de Christo e Jeanne-Claude sobre sua arte:

“Ao longo dos milênios, por 5.000 anos, os artistas têm tentado introduzir uma variedade de qualidades diferentes em suas obras de arte. Eles usaram diferentes materiais: mármore, pedra, bronze, madeira, afresco e pintura. Eles criaram imagens mitológicas e religiosas, imagens figurativas e abstratas. Eles tentaram fazer obras maiores ou menores e de um monte de qualidades diferentes. Mas há uma qualidade que nunca usaram, e que é a qualidade do amor e da ternura que os seres humanos têm para o que não dura. Por exemplo, eles têm amor e ternura para a infância, porque eles sabem que não vai durar. Eles têm amor e carinho para sua própria vida porque sabem que não vai durar. Christo e Jeanne-Claude desejam doar essa qualidade de amor e ternura para o seu trabalho, como uma qualidade estética adicional. O fato de que o trabalho não permanece cria uma urgência para vê-lo. Por exemplo, se alguém dissesse, “Oh, olhe à direita, há um arco-íris”, nunca iriamos responder: “Eu vou olhar para ele amanhã. ”

Em Frans Krajcberg, o Poeta dos Vestígios, de Walter Salles, realizado em 1987, um documentário sobre a vida do artista plástico, escultor e fotógrafo contemporâneo. Evidencia seu percurso criador, da fase da “redescoberta” da vida nas formas naturais até sua revolta face à depredação do meio ambiente pelo homem.

A instalação 16 Milhas de Fios, de Marcel Duchamp, criada para a Retrospectiva da Arte Surrealista, organizada por André Breton em Nova York, no ano de 1942. Constituída de uma grande teia de fios que tomaram todo o espaço expositivo por entre as telas da exposição a instalação também contemplava um estratégico convite para que alguns garotos, filhos de conhecidos, jogassem bola na entrada da sala, dificultando a passagem dos visitantes.

O primeiro de seus três grandes trabalhos de ocupação espacial, datado de 1923, foi chamado, primeiramente, Die Kathedrale des Erotischen Elends (Catedral da Miséria Erótica), e depois batizado como Merzbau, que é o mesmo que ‘casa Merz’. Merzbau era uma combinação de colagem, escultura e arquitetura que começou ocupando um canto do ateliê de Schwitters e foi gradualmente expandida para oito cômodos de sua casa em Hannover. Pode ser considerada a primeira instalação artística, onde roupas, cabelos e garrafas com urina, eram guardados em caixas e malas e presos às paredes com arames e gesso. Foi destruída por um ataque dos aliados durante a II Guerra, em 1943. Incomodado pela ascensão de Hitler e dos nazistas, Schwitters adquire uma propriedade na Noruega, para onde se muda em 1937. As cores vivas e luminosas das colagens tornam-se mais sombrias. Neste mesmo ano, suas obras são mostradas no Museu de Arte Moderna de Nova York, e incluídas na exposição Arte Degenerada em Munique. Inicia uma segunda versão Merzbau em Lysaker, cidade próxima a Oslo. Denominada Haus am Bakken, incorpora formas e elementos naturais, como pedras, pedaços de madeira e conchas. Foi destruída por um incêndio, em 1951. Após a invasão da Noruega pelos alemães, em 1940, foge para a Inglaterra, onde permanece por algum tempo em um campo de refugiados em Isle of Man. No ano seguinte, muda-se para Londres, onde mostra suas obras na Galeria de Arte Moderna e, em 1945, transfere-se para Langdale. Em seus últimos anos, sob precária saúde, utiliza para suas pinturas merz revistas americanas, quadrinhos, anúncios publicitários e imagens de obras de grandes mestres, antecedendo experiências da Pop Art, que influenciariam artistas como Robert Raushenberg. Em 1947, o Museu de Arte Moderna de Nova York financia a produção de uma terceira Merzbau, chamada Merzbarn, em um velho celeiro em Langdale Valley. Kurt Schwitters afirmou que Merzbau continha tudo o que era importante para ele; construída em três diferentes espaços e tempos, pode ser considerada um tipo de autobiografia do artista. Morre na pobreza e em relativa obscuridade na Inglaterra em 1948, antes de finalizar Merzbarn, que na década de 1960 foi transferida para a galeria Hatton da Universidade de Newcastle, a fim de que fosse preservada.


COMO CITAR:


IMBROISI, Margaret; MARTINS, Simone. Instalação. História das Artes, 2025. Disponível em: https://www.historiadasartes.com/nomundo/arte-seculo-20/instalacao/. Acesso em 29/03/2025.

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