A pintura, um dos principais meios e expressão artística, tem grande variedade de técnicas e procedimentos.
Independentemente de qualquer polêmica teórica, o que define uma pintura é a cor. A cor é matéria que consta dos elementos básicos, o pigmento propriamente dito, que produz determinada tonalidade de cor, e o aglutinante, elemento imprescindível, misturado ao pigmento e graças ao qual se faz uma emulsão homogênea, capaz de colorir uma superfície contínua. O aglutinante cola o pigmento no suporte.
Há pigmentos naturais, como o lápis-lazúli para a cor azul; os óxidos de ferro para o vermelho; os silicatos para cores terrosas; ou o carbonato de cálcio para o branco.
Há também compostos químicos diversos que, no século 19, passaram a possibilitar variadíssima gama de pigmentos.
A natureza da técnica pictórica é determinada pelo aglutinante. Eles podem ser solúveis em água, como a gema de ovo, as gomas vegetais ou a cal; ou gordurosos, caso do óleos e ceras. Os antigos pintores fabricavam suas cores, de modo que a execução de uma pintura dependia de importante fase prévia, muitas vezes cheia de experimentações técnicas.
Para realizar as pinturas rupestres, os homens da Pré-história fixavam os pigmentos a superfície das cavernas usando gordura animal, sangue ou água. Na Antiguidade, só eram conhecidos aglutinantes como o carbonato de cálcio, usado nos afrescos, e a gema de ovo, para pinturas sobre madeira. Por causa do aglutinante, esse tipo de trabalho ficou conhecido como têmpera de ovo.
O Renascimento trouxe uma grande transformação: o uso do óleo de linhaça aplicado com o pigmento sobre o linho esticado em painéis de madeira. Era o nascimento da técnica que conhecemos hoje como óleo sobre tela.
A partir do século 20, começou-se a utilizar a resina acrílica como aglutinante. O uso da tinta acrílica, de secagem muito rápida, facilitou a execução de grandes painéis, como pintados nos anos 1980 pelo neoexpressionismo alemão e pela chamada Geração 80 brasileira.
Os distintos procedimentos pictóricos dependem de duas variantes essenciais: o suporte e o aglutinante.
- Afresco: técnica de pintura mural em que o pigmento puro, misturado apenas com água, é aplicado sobre superfície ainda úmida, de gesso ou cal. As cores impregnam esse revestimento, tornando-o parte integrante da parede ou teto. Por isso, a durabilidade do afresco é muito grande. Mas sua execução sempre exigiu muita perícia dos pintores, já que não admite correções.
- Pintura à óleo: técnica que usa óleos para diluir os pigmentos. É aplicada a qualquer tipo de suporte, entretanto é mais utilizada sobre madeira ou tela (tecidos esticados sobre moldura de ripas de madeira, o chassis). A pintura a óleo oferece vantagens técnicas consideráveis, como brilho e textura, a possibilidade de fazer correções ou de sobrepor várias camadas pictóricas, que produzem transparências e veladuras.
- Têmpera: técnica que utiliza gema de ovo ou colas vegetais como aglutinante. Aplicada a diversos suportes , sobretudo madeiras e paredes murais. Oferece vantagem sobre o afresco: a possibilidade de retificações, mas em compensação, não adere tanto à superfície, durando bem menos.
- Aquarela: usa apenas muita água para dissolver as cores. Exige grande rapidez e segurança na execução e permite a criação de delicadas transparências.
- Guache: usa gomas, sobretudo goma arábica, como aglutinante. Geralmente, aplicada sobre tela ou papel. Produz texturas pastosas e grossas, de grande expressividade.
- Tinta acrílica: pintura plástica, fabricada industrialmente com resinas sintéticas. consegue tonalidades uniformes e possibilidade de diferentes texturas com secagem rápida.